30.11.05

A Francesinha

Aqui está a letra do verdadeiro Hino da Família Portista:
A FRANCESINHA!
O consumo desta especialidade não se recomenda a Morcões. Podem comer, mas não vão gostar de certeza! Por isso não percam tempo.Talvez uma Alfacezita...
Todas as invenções do tipo "ovinho a cavalo" ou "acompanhada com batatinha frita", é considerado uma Mariquice! É preferivel um molho tipo bomba! Não faz uma cratera no estômago, mas dá calor...

A Francesinha deve ser acompanhada com cerveja bem gelada!

RECEITA DE FRANCESINHAS
Molho:
1 cerveja
1 caldo de carne
2 folhas de louro
1 colher de sopa de margarina
1 cálice de brandy ou vinho do porto
1 colher de sopa de farinha maizena
2 colheres de sopa de polpa de tomate
1 dl de leite
piripiri q.b.
Francesinha:
2 fatias de pão de forma
fiambre qb
queijo qb
salsichas qb
linguiça qb
carne assada ou bife qb
Preparação:
Molho:
Dissolver bem a maizena com o leite e juntar os restantes ingredientes. Com a varinha mágica triturar, levar ao lume até ferver e engrossar um pouco mexendo para não pegar no fundo.
Francesinha:
Fazer uma sandes com os ingredientes e cobrir com queijo. Colocar no centro de um prato e regar com o molho. Levar ao forno a gratinar.


Lobo

28.11.05

AMANHÃ EU DIGO QUE TELEFONASTE

Teresa acordou com uma ligeira dor no pescoço.
Naquele momento não deu muita importância. Tinha que ir acordar a Aninha e arranjá-la.
António preparava o pequeno-almoço para a família.
Foi ao ensaboar-se que a dor deu novamente sinal de si. Com a ponta dos dedos Teresa tocou o pescoço e de imediato a dor fez-se sentir. Tentou perceber o que era aquilo. Procurou a forma que sentira. Um ligeiro alto sob a pele indicava um inchaço na zona dos gânglios. Limpou-se e olhou o pescoço ao espelho. De novo tentou sentir e perceber aquele inchaço. Logo que os dedos tocaram aquela forma arredondada sob a pele, a dor fez-se sentir.
Teresa começou a ficar preocupada. Embora a dor fosse suportável, aquela impressão de que algo crescia em si, tinha um mau prenuncio. O medo começou a instalar-se na sua cabeça, que raio seria aquilo? Decidiu telefonar à sua amiga Isabel para se esclarecer sobre aquilo.
Tomou o pequeno-almoço rápido, e pegou na mochila de Aninha. Já estava atrasada para o emprego e ainda tinha de deixar a filha no infantário.
António já tinha saído. Era ele, o primeiro a sair de casa.
No emprego, Teresa deu algumas instruções à secretária e fechou-se no gabinete.
Passou de novo os dedos pelo pescoço e a dor lá estava juntamente com aquela sensação de inchaço.
Marcou o número de Isabel. O telefone chamou durante algum tempo, até que a ligação foi encaminhada para a caixa de mensagens do telemóvel. Àquela hora Isabel andava pelas enfermarias a ver os doentes. Tinha que ligar mais tarde.
Isabel Cristina era a melhor amiga de Teresa. Conheciam-se desde a infância. Todos os segredos, eram partilhados por ambas. A sua relação de amizade era forte e já tinha sobrevivido a algumas divergências, dificilmente seria abalada.
Durante a manhã, Teresa tentou de novo falar com Isabel mas não conseguiu.
Depois de almoço, Isabel atendeu o telemóvel:
- Olá. Já te ia ligar. Vi à bocado que tinhas telefonado. Então como vais?
- Mal! Tenho um inchaço no pescoço e dói-me. O que achas que isto é?
- Tens um inchaço como? Grande?
- Não. É assim como que um alto que eu sinto ali, e mexendo-lhe dói-me.
- Té, assim pelo telefone não posso fazer nada. Parece-me que o melhor é passares aqui e vemos isso.
- Hoje não me dá muito jeito Isabel.
- Hoje Teresa! Fala a tua médica, tens que me obedecer! (diz Isabel a rir-se). Não te preocupes muito com isso de qualquer forma gostava de ver isso hoje. É rápido. Vens ter comigo aqui ao hospital e vemos isso.
- Está bem. Pode ser pelo fim da tarde?
- Sim, pode.
- Ok. Vou ligar ao António para ir ele buscar a Aninha. Até logo então.
- Até logo.
A partir daquela consulta tudo se precipitou.
A ecografia mostrava um pequeno tumor que tinha que ser retirado para análise!
Naquela manhã Teresa sentiu o mundo a cair em cima de si. E se for maligno? Uma lágrima desceu pelo seu rosto, enquanto os seus pensamentos, corriam na direcção da filha pequena de 3 anos. Que seria da Aninha?
Caminhou para o estacionamento e sentou-se no carro.
E se aquilo viesse agora destruir a sua vida e da sua família? As lágrimas, rolaram soltas pelo rosto. Teresa nada fazia para as parar. Deixou-se ficar ali, enquanto a vida ia passando à sua frente.
- Tá Zé, sou eu, a Té.
- Olá.
- Podes vir tomar um café comigo?
- Claro. Mas que tens? Tás a chorar? Que aconteceu?
- Depois falamos. Vais ter à livraria?
- Ok. Vou desligar os equipamentos e vou já para lá. Até já.
- Tá. Até já.
Zé Carlos deixou o trabalho que estava a fazer; desligou tudo e saiu do atelier.
Era fotógrafo de moda.
Para Teresa estava sempre disponível. Tinham sido namorados por algum tempo.
Costumavam encontrar-se no bar de uma livraria num Centro Comercial. Era discreto.
Só Isabel tinha conhecimento destes encontros.
Quando Zé chegou, Teresa já estava sentada numa mesa num dos cantos do bar.
- Olá. (Zé deu um beijo muito discreto em Teresa).
- Olá. Como vais?
- Vou bem. Mas que se passa? Estiveste a chorar? Tens os olhos vermelhos…
- Estou doente. Tenho que ser operada!
- Mas o que é que se está a passar? Que é que tens?
- Tenho um problema no pescoço.
- Sim, mas…
- É um tumor.
- Mas tens a certeza?
- Sim. Já fiz uma ecografia. E o resultado é esse.
- Não me disseste nada! Quando foi que isso apareceu?
- Foi à 3 semanas. Começou com uma dor no pescoço.
- Oh Té!
- Fui saber os resultados á bocado, quando te liguei.
- Porque não disseste nada antes?
- Não te quis incomodar com isto. Mas agora estou assustada. Que vai ser da Aninha?
- Ora, não vai ser nada! A mãe dela vai cuidar dela como de costume, não é?
- Não sei. Estou com tanto medo. A Isabel diz que isto não é nada de especial, mas não sei…
- Então? Se a Isabel diz que não é nada, é porque não é nada! Achas que ela te ia estar a mentir? Ora, não penses nisso.
- Não sei. Não sei em que acreditar. Tudo isto foi tão de repente.
Só penso nela. É tão pequenina…
- Tás com os olhitos muito brilhantes. Vamos sair daqui?
- Sim, é melhor. Não quero que olhem para mim!
- Anda vamos passear. Vamos ver livros.
- Não me apetece. Prefiro sair daqui. Onde tens o carro?
- Está lá em baixo, próximo do teu.
- Tenho medo que isto comece a crescer; a ficar com ramificações como uma árvore; Zé. Tenho medo que isto se esteja a espalhar. Quem vai cuidar da Aninha? Se ela ao menos já fosse maiorzinha…
- Isso não é nada vais ver. Não estejas a pensar isso. Já te disse que não te safas das discussões matinais com ela.
- Ainda hoje, por causa da roupa (Teresa sorri)!
- Hoje, e amanhã, e depois e ainda depois… Se pensas que te safas da tua péstinha pequena, esquece. Vais ter que a aturar. E ainda não chegou aos 14. Que aí sim. Aí é que me vou rir, muito a ouvir as tuas histórias com ela. Quando aparecerem os namorados…
- Era! Eu digo-lhe os namorados, a ela e a ti! Vocês os dois… (riem-se os dois).
- Em princípio, daqui por 2 semanas sou operada. A Isabel vai falar com um colega, para despachar isto.
- Óptimo. Quanto mais cedo melhor. Mas por favor, não deixes os maus pensamentos tomarem conta de ti.
- Vou tentar.
- Não, não! Não vais tentar! Não os vais deixar andar por aí, a dar-te cabo da cabecita.
- Tá bem eu não deixo. Mas tenho muito medo!
- Eu sei. Mas isso não vai ser nada. Tu vais ver!
- Espero que sim. Fazes me falta…
- Estou aqui. Tu sabes que eu estou sempre por aqui…
- Tenho de ir…
- Tás melhor?
- Sim. Obrigado. Gosto muito de ti…
- Eu também!
- Depois ligo-te.
- Sempre que quiseres.
As duas semanas passaram lentamente.
Teresa cada dia ficava mais assustada com aquela operação que lhe podia destruir a família e roubar a Aninha.
Todos os momentos eram poucos para estar com a filha. Até as discussões matinais, por causa da roupa, deixaram de ser importantes. Importante, era vê-la feliz por ter vestido a roupa que queria!
- Isabel?
- Sim. Quem fala.
- É o Zé Carlos. Desculpa estar a ligar mas queria saber como está a Teresa.
- Não tem problema Zé Carlos. Ela está bem. Correu tudo bem e não há problema com o tumor. Já foi analisado e não é maligno. Tá tudo bem. Podes ficar descansado.
- Mas correu mesmo tudo bem?
- Sim. Podes estar descansado.
- Quando vai sair?
- Ela foi à bocadinho para o recobro. Em princípio vai estar aqui mais um dia ou dois, mas está tudo bem.
- Fico mais descansado.
- Não te preocupes que está tudo bem. Olha, tenho que desligar que vem aí o António. Amanhã eu digo que telefonaste!

Esta história foi ficcionada para a mãe da Aninha!

Toda e qualquer semelhança com a realidade, é pura coincidência!
Lamento! Nem tudo que reluz é ouro!!!

Lobo

26 Nov 05

25.11.05

Tempo de Mar



24.11.05

PARA TODO O SEMPRE...

Olho para os teus olhos. Sorriem. Ainda. Vestes demoradamente a tua boneca. Com gestos suaves. Como se tivesses medo de a magoar. Delicadamente. O teu olhar atento. De vez em quando, olhas-me e sorris. Como se soubesses a imensa sabedoria de ternura que lhe colocas. Os teus olhos vão sorrindo. Ainda. Um sorriso calmo e tranquilo. Os meus não sorriem mais. Esforçam-se por não verter o oceano de tristeza em que me vou inundando. Saberás tu que o destino não se cumprirá?
- Penteias-me o cabelo?
Claro que sim. Ficaria aqui o resto da eternidade penteando o teu cabelo. Afagando essa cabeça pequenina. Expulsando o sofrimento imenso que a atormenta. Em gestos tão suaves e delicados como os teus. Porque eu aprendi contigo. Aprendi a ter calma perante o que se não pode vencer. Que até ao último minuto ainda se pode dar carinho. Sabes, ensinaste-me uma nova forma de amor. Um amor imenso. Tão grande que me vai estalando todas as paredes do coração. E vai transbordando. Saindo de mim. Para ti.
- Achas que estou bonita?
Tu és bonita. És o ser mais bonito do universo. O teu sorriso ilumina mais do que todas as estrelas no céu. E eu preciso de uma luz que me guie nesta escuridão. Preciso de ti, aqui. Aqui, ao meu lado. Apetece-me pedir-te que não vás. Não vás! Mas tu não sabes ainda que o destino não se cumprirá e que depressa chegará o tempo do último olhar. Do último sorriso. Do último beijo. Queria tanto poder pedir-te para ficares…
- Não tenhas medo…
Não terei meu amor. Tenho as tuas mãos nas minhas mãos. Pequeninas. Leves. Ainda quentes. Ouve ainda um segredo. Ficarás sempre comigo. Dentro de mim. Para todo o sempre. Falarei contigo. Contar-te-ei segredos do mundo. Daqueles que não conto a mais ninguém. Deixa-me ainda dar-te um beijo apertado, que ficará ensopado no meu corpo. Abraçar-te como quem abraça o tempo. Para todo o sempre…


Este texto foi publicado em www.abrotea.blogspot.com
Foi escrito pela minha amiga Patricia, em memória de um Pequeno/Grande amigo meu.
Para ti Pat, o meu obrigado, para todo o sempre.
Lobo

22.11.05

Destinos 1

Entre partir e voltar...

21.11.05

Naquela Ponte Passava o Tempo.

Eu atravessava a Ponte
Em direcção a ti.
Desenhava malabarismos
No gosto escondido,
Nos encontros fortuitos.
Reservas nos olhares,
No gosto proibido
Por nós mesmos.

Olhava-te nos olhos
No meio da Ponte
Lia o teu receio.
Estendia a mão para ti,
Soltava o convite
Desafiava-te num olhar,
num beijo…

Escondidos, desfloramos prazeres
Ocultos da vida, num sonho adiado.
Não fazíamos promessas
Os nossos corpos não as pediam.
Os lábios procuravam novos sabores…

Em Abril nasceu o fim.
A Ponte que te seduzia
Estava ali, tão próxima
Era um pequeno passo.
Um gesto de coragem
Que nunca irias ter...
Com a Ponte ali, tão perto!

19 Out. 05
Lobo

16.11.05

ERA UMA MANHÃ DE SETEMBRO

O Sol apareceu mais cedo nesse dia, pois sabia antecipadamente que eu ia nascer.
Eram cerca de sete e meia, quando a cama pressentindo as dores de parto começou a ranger alto e bom som. Ainda não tinham inventado o stereo por isso rangeu em mono, mas era aceitável.
A minha Mãe com aquela barulheira acordou. O volume estava um bocadinho alto para aquela hora da manhã. Colocou a hipótese que fosse o meu Pai a ressonar, mas não, efectivamente era a cama que já estava a ranger à pelo menos um quarto de hora.
A minha Mãe era uma pessoa muito conhecedora dessas coisas dos partos e percebeu de imediato que aquilo era o toque de alvorada para o meu nascimento.
Logo que a minha Mãe me deu uma hipótese eu saí, pois já estava atrasado (como sempre). Pedi que fechassem um bocadinho os estores. Estava demasiada luz para quem vinha ao mundo de olhos abertos. Esta particularidade marcou-me pela vida fora, pois nunca consegui passar pelo céguinho da Areosa à porta da Igreja dos Congregados. Mas também tinha as suas vantagens, pois conseguia dormir sem levantar suspeitas.
Uma das primeiras coisas que fiz depois de nascer e ter cumprimentado a família toda, foi ir à cozinha beber um copo de água. Era cedo e já fazia calor; mesmo assim saí para o mundo. Fiz-me à vida! Para trás ficava a porta de minha casa, triste e com uma lágrima a escorrer pela caixa do correio.
Ao fundo da rua, uma esquina dobrou-se junto a mim. A minha falta de experiência nestas coisas de andar pelo mundo, revelou-se fatal. A esquina já vinha um pouco por dentro do passeio. O toque foi inevitável indo eu estatelar-me dentro das portas de um bar mais ou menos rasca. Fui recebido com uma calorosa salva de palmas, bravos e olés que eu agradeci com um gesto menos próprio, para o bom nome da profissão que um dia viria a abraçar com ardor!
Ainda eu estava a limpar o meu fatinho azul à porto e já o gerente daquela espelunca rançosa me assediava para ser a Estrela principal da casa. Delicadamente recusei. Queria ir estudar Artes!
Passado algum tempo vim a saber que o Bar abrira falência. O dono apostara tudo em combates na lama! Aquilo deu para o torto e o dinheiro das apostas escorregou para outro bolso.
Admirado com a noticia, escorreguei e caí em cima de um garfo. Na altura eu já tinha ganho algum peso. O pobre garfo ficou com três dentes partidos e ainda hoje só consegue comer puré de batata.
Estes azares iniciais trouxeram uma onda de tristeza e melancolia à minha vida o que me deixou um pouco pegajoso. A mim e ao meu lindo fatinho azul à porto.
Este fatinho ainda hoje está comigo. A ligação umbilical era muito forte. Mesmo tendo perdido um papel secundário num filme a fazer de Pantera cor de Rosa, não me consigo livrar dele. Uma proposta de compra feita por um Super Dragão foi também recusada. Ainda hoje não nos conseguimos separar.
Foi por esta altura que se iniciou a minha carreira artística ligada ao cinema. Desta época ressaltam algumas aparições como figurante junto das estrelas da época: O Rim Tin Tin, a Lassie, a Pipi das meias altas, etc, etc, etc. Mais tarde, já com mais experiência, consegui um pequeno papel num filme sobre a Idade Média. Fazia de Peste!
Andávamos nós em filmagens na zona do Canal da Mancha (que não saía), quando fomos metidos a pique por um obus de uns alemães que estavam por ali também em rodagem contra os aliados. As explosões sucediam-se à nossa volta, até que um obus aliado, nos atirou para fora do teatro de operações. Fomos cair mais à frente junto do Tubarão que também andava por ali a fazer fitas. Fomos recebidos de braços abertos! Como já era hora de almoço ele e o Steven convidaram-nos a todos para um almoço que recusámos. Já estava combinado almoçarmos com o Coppola logo que ele terminasse o Apocalipse.
Enquanto o Coppola não chegava, aproveitamos para recompor o equipamento que estava bastante assustado com todas aquelas explosões! Era sempre muito aborrecido filmar próximo dos tipos das guerras, pois era certo sabido que todo o material de rodagem ficava encolhido com o medo e as imagens muito tremidas por causa das explosões.
Depois de almoço deram-me folga. Aproveitei para passear por ali junto dos actores e das equipas técnicas, o que me deu grande saber.
Estava eu por ali a fazer horas para o jantar quando encontrei a Olívia Palito e o Jack Estripador. Convidaram-me a ir com eles para assistir a umas cenas que o Jack ia rodar. Claro que aproveitei mais esta experiência. Não é todos os dias que se tem a oportunidade de ver o Jack a trabalhar. Alguns que tiveram essa sorte, não se conseguem lembrar de como fora a cena. Eu por mim não queria perder nada. Para isso tinha os olhos bem abertos.
No momento de rodar a cena e sem que nada o fizesse prever, apareceu por ali o Conde Drácula a reclamar que não podia ser. Que aquele pescoço era dele, que se o Jack quisesse que arranja-se os dele, e que mais isto e que mais aquilo, enfim, uma grande confusão. Estava a ficar tarde e aquilo não atava nem desatava. Decidi vir embora. Meti pés ao caminho; estava a fazer-se tarde!
Ao chegar à esquina da minha rua, espreitei com todo o cuidado se ela não iria virar outra vez assim de repente contra mim. Olhei e lá estava a minha velha rua. Com uma sensação de alegria a nascer dentro do peito, caminhei até à porta da minha casa.
Quando parei frente à porta, esta encolheu os ombrais e comovida mastigou umas palavras pela caixa do correio e lá se abriu, caindo para trás com a emoção.
Entrei. Dei as boas noites e perguntei se já tinha a papa feita? O meu Pai estava chateado comigo por eu ter chegado tão tarde para jantar e mandou-me para a cama sem comer! Só aí é que eu reparei que tinha o relógio parado.
Era muito tarde. Já não podiam inscrever-me na escola.
Ficou para muito mais tarde!

10 Mar 82 - Revisto em 15 Nov 05

Lobo

14.11.05

A Verdadeira História da Gata Amélia!



A Gata Amélia tinha um telhado só para ela!
Por entre raios de Sol que caiam do céu
A Gata Amélia tinha pensamentos e sonhos.

Os Gatos olhavam a Gata Amélia com um olhar guloso,
Muito senhora do seu telhado altiva no seu miar,
A Gata Amélia mostrava-se passeando classe!

A Gata Amélia era independente.
Fazia frente a qualquer um sem medo!

O seu grande amigo, era o Gato Zarolho!
Às vezes e somente às vezes, o Gato Zarolho,
Subia para o telhado da Gata Amélia.
Nesses dias a Gata Amélia, tinha um outro miar!

Enquanto o tempo passava, a Gata Amélia
Saboreava sonhos e cores, naquele telhado só seu!
Ninguém sabia, o que a Gata Amélia estava a pensar!

A Gata Amélia, tinha um sonho escondido,
Que nem o Gato Zarolho sabia.
A Gata Amélia queria voar numa história
Que eu escrevi para ti!

Lobo
Algures numa noite de 2003

11.11.05

Dá-me um título

HÁ LOBOS NO CAIS!

A criação deste blog, é a resposta, a uma necessidade interior de exposição aos outros, de todo um conjunto de ideias e imagens que tenho vindo a recolher e a trabalhar ao longo do tempo.
Pareceu-me que era chegada a altura de alguns escritos recentes e outros mais antigos, verem a luz do dia. É uma necessidade de partilha, que tem por intenção fazer chegar a um conjunto de pessoas o mais alargado possível, aquilo a que só um grupo muito restrito de pessoas tinha tido acesso até aqui.
Depois de vencidos os problemas inerentes à utilização de uma nova ferramenta informática, por sinal bastante amigável na sua utilização, colocou-se a questão dos conteúdos e do nome de baptismo para este meu espaço. Aquilo que inicialmente parecia ser tarefa fácil acabou por mostrar-se um pouco mais complicado.
Como dizia o meu Professor da cadeira de Realização, “o Título é meio caminho andado”!
“HÁ LOBOS NO CAIS”! Pareceu-me um bom título. É um trocadilho feito com o título do filme “Há Lodo no Cais”.
Lobos e Danças; Velhos e Pescadores; Partidas e Chegadas; Paredões e Portos Seguros; Actores e Cinema! Tudo se juntou neste título para designar um espaço sem pretensões jornalísticas.
“HÁ LOBOS NO CAIS” É apenas um espaço de divulgação pessoal, aberto a todos aqueles que me presenteiem com a sua visita. Será também um espaço de gosto e reconhecimento dos amigos.
A regularidade de edição será variável de acordo com o meu tempo e a minha disposição. Tem a duração do Sempre, num breve até já!

HOJE



Tenho um quarto na tua rua.
Tenho passos e manhãs de nevoeiro.
Tenho um rio com uma praça
Esplanadas num cubo!

Tenho a luz azul e um encontro
Tenho o casario numa cascata
Tenho uma imagem
Para ti!

Tenho histórias para contar
Tenho risos e dores
Tenho tempo para ouvir…

Tenho uma mão.
Tenho uma morada,
Para todo o sempre!



23.50 h - 28/09/05
Lobo

10.11.05

Farol