1.2.06

Apagaram-se as luzes!

O meu filme vai ser exibido. Está na hora. Já devem ter apagado as luzes! Daqui a pouco termina tal como começou. A música que o abre é a mesma que o encerra. Depois, as luzes vão-se acender e o julgamento será feito. O público o dirá .
Eu não vou lá estar. Tal como não estava, no dia em que partiste. O resta-me a tua doce memória. O teu olhar malandro, a tua vontade de viver. A doença foi-te levando. Aos pouquinhos de cada vez. Eu não estava lá. Não podia estar.
Sempre foste inteligente. Sempre soubeste que a tua hora, um dia ia chegar. Deste-lhe a volta. Apanhaste-a distraída e ainda tiveste tempo para me convidar para jantar. Nesse dia brincamos pela última vez. Depois… depois o fim foi chegando. Serenamente foi tomando conta de ti. Começou o abraço que te iria levar para sempre como diz a minha amiga.
Ainda nos vimos uma derradeira e última vez. Sabias que era eu que estava junto a ti. Deste-me um sorriso, com as forças que ainda te restavam e dormiste um pouquinho. Foste partindo. Eu fiquei ali. Sentei-me no chão junto da tua cama e fiz-te uma última festa. Dei-te o último “bafinho” como tu tanto gostavas, e saí. Saí devagarinho. Não fossem os meus passos perturbar o teu sono de viagem.
O tempo foi passando e hoje tenho a tua memória. O teu sorriso, o teu adeus.
Hoje, encerro os olhos com linhas de dor, para as lágrimas não saltarem que as luzes vão-se acender. O meu filme terminou. Não sei se terão gostado. Pelo menos foi feito com a amor. Para ti.

Este texto é escrito em memória do meu amigo Tomás, que à três anos atrás, partiu para sempre.
Descansa em Paz meu Menino, meu Lindo!

Lobo
01 Fev 2006

2 Comments:

At 4:46 da tarde, Blogger Patrícia said...

Para sempre é muito tempo...Mas essa é também a dimensão do amor...e por vezes da dor.
Não sei se o público dirá algo. Mas tenho a certeza de que as imagens permanecerão, também elas, para sempre...

 
At 12:25 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Sem palavras...

 

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