25.2.08

Senhor do Bonfim



Meu Senhor do Bonfim
Tome conta dessa menina.
Dê para ela sua benção e
Proteja-a de todos os males e perigos.

Meu Senhor do Bonfim
Guie os passos dessa menina
Todos os dias todos os momentos.
Proteja-a de bala perdida
Nas horas da má sorte.

Meu Senhor do Bonfim
Guarde o sono dessa menina.
Coloque sua mão protectora
Afastando os sonhos maus.

Meu Senhor do Bonfim
Alegre os dias dessa menina
Abra as portas dos sonhos para ela..
Lhe mostre o caminho da Luz.

Lobo
25Fev08
(Foto de Oduvaldo Silva)

21.2.08

É a vida…



No Curso de Cinema, tive uma cadeira de História do Cinema e do Audiovisual Português, que foi leccionada, tendo como suporte teórico, o livro “Portugal, Hoje – O Medo de Existir” da autoria de José Gil.
Hoje, motivações de ordem pessoal, levaram-me a passar os olhos por essas páginas.
Sabia que ia ali encontrar, alguns extractos que respondiam de uma forma clara, ao meu pensamento. Assim, resolvi recolher algumas dessas “imagens” e colá-las aqui.

“ O medo é uma estratégia para nada inscrever. Constitui-se, antes de mais, como medo de inscrever, quer dizer, de existir, de afrontar as forças do mundo desencadeando as suas próprias forças de vida. Medo de agir, de tomar decisões diferentes da norma vigente, medo de amar, de criar, de viver. Medo de arriscar. A prudência é a lei do bom senso português.”

“ É o medo que nos tolhe e, directa e indirectamente, nos inibe de expandirmos a nossa potência de vida, e mesmo a nossa vontade de viver. De certo modo, pode perguntar-se se a própria não-inscrição, toda essa actividade saltitante do «toca e foge», esse constante desassossego dos portugueses, não provém do medo. Porque este arranca o individuo ao seu solo., desapropria-o do seu território e do seu espaço, deixa-o a sobrevoar o real, em pleno nevoeiro.
Enquanto dispositivo mutilador do desejo, o medo predispõem `a obediência. Amolece os corpos, sorve-lhes a energia, cria um vazio nos espíritos que só as tarefas, deveres, obrigações da submissão são supostos preencher. O medo prepara impecavelmente o terreno par a lei repressiva se exercer.”

“ É pois sempre mais conveniente continuarmos a não assumir responsabilidades, a não afrontar opiniões contrárias, a fugir aos problemas e a não pensar mais além das soluções que entram no quadro de todas as integrações. Sobretudo recusar os conflitos.”

“Portugal, Hoje – O Medo de Existir”
José Gil
RELÓGIO D’ÁGUA
Lobo
21 Fev 08